Segunda, 24 Fevereiro 2025

A HISTÓRIA E TRADIÇÃO DO CARNAVAL PAINENSE

"OLHA A UNIDOS DO MORRO AÍ, GENTE!"

O grito ecoa na memória dos foliões de Pains, lembrando o bordão do saudoso Ismael dos Santos, um dos grandes nomes da história do carnaval local. A folia, marcada pelo ritmo dos tamborins e pela energia contagiante da comunidade, tem um protagonista de longa data: o GRESUM - Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Morro. Desde 1981, essa agremiação se tornou sinônimo de tradição e alegria nas ruas da cidade.

A primeira iniciativa de uma escola de samba na cidade nasceu como Escola de Samba 1º de Janeiro, idealizada por Ernani Alves de Melo (Bulu), Zé Diogo e Judismar (Bibica). Movidos pelo desejo de levar um "batuque" carnavalesco às ruas, o grupo organizou eventos para arrecadar fundos e conseguiu apoio do saudoso Carlos Maia. Os ensaios aconteciam na Rua Bela Vista, e as fantasias eram confeccionadas de forma voluntária, reforçando o espírito coletivo do carnaval painense.

A tradição da escola de samba permaneceu forte até 1989, quando houve uma pausa nos desfiles. Nos anos 1990, um grupo de jovens deu vida ao bloco NASTRAVAMUS, que animava as ruas da cidade. Com o crescimento do bloco e a maioria dos integrantes vindos do Morro Bela Vista, surgiu a ideia de reviver a antiga escola de samba, agora com um novo nome: GRESUM - Unidos do Morro. O mastodonte foi escolhido como símbolo oficial da escola, em referência ao famoso fóssil encontrado na região.

A história do GRESUM é feita de muitas mãos. Grandes nomes marcaram essa jornada, como os saudosos Bibica, Toninho da Leila, Pedro Cordeiro e Ismael. Também se destacam lideranças como Ernani Bulu, Welton, Franz, Neander e André.

Um dos momentos mais emblemáticos do desfile era a aparição da baiana gigante, obra do talentoso Otto Ernesto, que também construiu carros alegóricos inesquecíveis. O comando oficial da folia sempre começava com a voz de Mestre Ismael, anunciando: "Olha a Unidos do Morro aí, gente! A hora é essa!". O samba enredo, puxado por nomes como Rildo Batata, Thiago Diniz e Thelma, ecoava pela Praça e ruas, envolvendo a cidade no espírito carnavalesco. Mais do que uma festa, o GRESUM representa a identidade e a memória coletiva de Pains, mantendo viva uma tradição que atravessa gerações. A cada carnaval, a escola de samba reforça o orgulho da comunidade e prova que a cultura local é um patrimônio que merece ser celebrado e preservado.

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